A HISTÓRIA DE EDELBERT LÖRSCH: DOAÇÃO DE ÓRGÃOS, GESTO QUE PROMOVE A CONTINUIDADE DA VIDA

A HISTÓRIA DE EDELBERT LÖRSCH: DOAÇÃO DE ÓRGÃOS, GESTO QUE PROMOVE A CONTINUIDADE DA VIDA

Edelbert Lörsch, idealizador da ANPPT, submeteu-se a transplante bilateral de pulmão em novembro passado; concedeu entrevista ao SLR RÁDIO na manhã de hoje

 

Uma trajetória que chegou a ter o fim anunciado em novembro passado – depois de ser desenganado pelos médicos devido a demora para encontrar um doador compatível, Edelbert Lörsch, 68 anos, conseguiu realizar um transplante bilateral de pulmão. Hoje, é o porta voz da ‘vida’, da importância em doar órgãos e, da Associação Nacional de Pré e Pós-Transplantados (ANPPT). Esteve presente no SLR RÁDIO desta quarta-feira (27), para conceder entrevista.

O objetivo da ANPPT é ser uma entidade representativa de pacientes em lista de espera e transplantados para participar de discussões envolvendo o tema nas esferas dos governos, estadual e federal, colaborando para a otimização dos processos. Um grande entrave ainda é a negativa dos familiares da pessoa que tem morte cerebral e se qualifica como possível doadora. Se os parentes não autorizam, a captação dos órgãos não ocorre, mesmo que esse fosse um desejo do paciente.

 

Recentemente, Edelbert Lörsch palestrou na Escola Prof. Rodolfo Bersch (Boa Vista/SLS); ao seu lado, o diretor Roni Hilsinger.

Natural de São Lourenço do Sul e residente em Pelotas, onde atuou por mais de quatro décadas na educação para o ensino profissionalizante, Lörsch é mais conhecido na comunidade como professor Krüger.

A doença que culminou com a necessidade do transplante se chama fibrose pulmonar idiopática, condição progressiva e sem cura que torna os tecidos espessos e rígidos, limitando a respiração e capaz de levar à morte.

 

‘O Milagre’

Em 5 de novembro de 2022, internado em um leito de UTI da Santa Casa, Lörsch recebeu da equipe médica a notícia de que não havia mais saída para o seu caso. O doador compatível não aparecia. O professor chamou a esposa e os filhos, de 23 e 20 anos, para se despedir.

— O pai está entrando em óbito. Doem tudo o que for possível — informou à família, orientando que não queria velório e que desejava ser cremado, com as cinzas posteriormente sendo levadas a Pelotas.

No dia seguinte, despertou com a sensação de estar sendo sacudido.

— Vocês estão me reanimando? Eu já morri? — perguntou aos profissionais de saúde.

— Estamos te acordando porque chegaram seus pulmões — respondeu uma médica.

— A senhora tem certeza, doutora? — questionou o paciente, incrédulo.

Era real.

— Deus esteve presente ali. Não dá para imaginar o que aconteceu naquele momento. Eu vinha usando oxigênio havia 18 meses, não tinha mais mobilidade nenhuma. Foi um renascer — lembra.

Os preparativos para a associação já estavam em curso, e Lörsch fez uma pausa durante o período em que esteve mais debilitado. Escreveu artigos, organizou um jornalzinho divulgado virtualmente para seus contatos, participou de eventos, esforçou-se até ver o movimento crescer, mas a mobilização foi lenta até conseguir um grupo unificado. A ideia é espalhar núcleos da ANPPT pelo país e transformar a associação em organização não governamental (ONG).

Contato ANPPT: (53) 99982-6660 e pelo e-mail [email protected] – escute a entrevista:

 

Entrevista com Edelbert Lörsch

por São Lourenço Repórter | 27/12/2023

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